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Mais Mulheres Por Favor

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21
Jan19

[MÚSICA] | Amalie Bruun

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Myrkur é o projecto musical de black metal da dinamarquesa Amalie Bruun, que comecei a ouvir em 2017. Não sendo a maior fã deste género, foi fácil captar a beleza do registo de Bruun, já que na sua música há também uma forte componente de folk rock e gothic metal, o que basicamente quer dizer, na minha linguagem muito simplificada e directa, que há alguns gritos, mas não é só gritaria (algo que os meus ouvidos não toleram).
 
Mareridt, lançado em 2017, foi o primeiro álbum que ouvi e que acabou por fazer parte do meu TOP10 desse ano. Foi depois de já ouvir Myrkur que tive conhecimento de toda uma polémica em torno de Amalie Bruun. Há que notar que o black metal tem um domínio maioritariamente masculino e que é, frequentemente, pouco compreendido, eu própria admito que, até há pouco tempo, colocava completamente de parte este género. Considera-se que é artisticamente inferior aos restantes géneros musicais, ligado a Satanás, entre outras pérolas do género, contudo, quem conhece e toca black metal defende que é musicalmente desafiador, exigente e difícil de ser concretizado, que é complexo tornar visível a beleza em algo tão cru, forte e escuro. Nas palavras de Brunn, Beauty isn’t pretty, beauty hits you in the face, beauty is like nature — it’s just brutal. O nome escolhido para o seu projecto está totalmente de acordo com o meio em que se insere, afinal, Myrkur significa escuridão em islândes.  
 
Dizia eu que é um género com um domínio masculino muito expressivo, onde a presença de Amalie Brunn gerou muita controvérsia entre os amantes de black metal, sobretudo nos homens americanos, com base, obviamente, no facto de se tratar de uma mulher. Amalie Brunn recebeu ameaças de morte e vídeos ameaçadores, surgiram artigos indicando que ela estava a arruinar o black metal, descredibilizando-a. Apesar da polémica e de sentir frequentemente a sua segurança ameaçada, Amalie conseguiu rir-se do ridículo de toda esta situação, Am I really that powerful? Can I ruin a whole genre? I don’t think so.
 

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Para aqueles que pensam que a desigualdade de género é um mito urbano, que as mulheres dispõem dos mesmos direitos que os homens, que a liberdade de ser mulher é idêntica à de ser homem, aqui fica mais um exemplo de discriminação e misoginia.
It seems to be a very witch-hunt kind of thing when women try to do something. They don’t want you in there, you know, playing with their toys.
Felizmente, Amalie Brunn pretende continuar com o seu projecto, lutando para que o black metal seja também considerado uma arte, independentemente do género de quem o produz. Deixo também uma nota positiva para os artistas que a defenderam, fazendo notar a qualidade do seu trabalho e o ridículo de toda esta situação, como foi o caso do vocalista de Behemoth (banda blackened death metal polaca), Adam Nergal, All I look for in music is sincerity and honesty. I don’t care about definitions or what’s considered ‘true’ black metal. What the hell is ‘true’ anyway? At the end of the day, we’re facing some real talent here with Myrkur. She knows how to use her voice, but she does it in two completely opposite ways. She can release a hell of a scream from her lungs. But she can also nail every single beautiful note she sings.
 
Para terminar, se o black metal está completamente fora de questão para vocês, gostava de partilhar aqui um álbum muito especial (o meu preferido): Mausoleum (2016). Trata-se de um álbum constituído por oito músicas de outros discos de Myrkur e uma cover (todas black metal ballads), em formato acústico, onde se ouve a voz de Amalie Brunn, piano, guitarra acústica e um coro de raparigas norueguesas (Norske Jenterkoret), gravado no Emanuel Vigeland Mausoleum, em Oslo. Toda a atmosfera que envolve a gravação deste álbum, conferem-lhe um tom quase mágico. Recomendo muito.
 
11
Jan19

[MÚSICA] | Lucy Dacus

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Lucy Dacus foi a minha obsessão musical de 2018, prolongada até ao momento em que escrevo este post (e mais além), apesar de só ter começado a ouvir a sua música nos últimos dias de Dezembro. As melhores descobertas são assim: imediatas, irremediáveis e obsessivas. Historian, o seu segundo álbum a solo, ocupou o terceiro lugar do meu TOP10 de discos de 2018, e, como disse no post, só não ficou em primeiro lugar porque andei o ano todo com a cabeça na Lua e a querida Lucy passou-me ao lado.
 
Adoro a voz, a musicalidade, o ritmo e as letras das músicas (ainda não consegui explorar todas literariamente, mas hei-de lá chegar). Ouvi Historian em modo repeat durante várias semanas a fio. No trabalho, a ler, ou, simplesmente, sentada na poltrona em frente ao gira-discos. Há poucos dias, decidi que estava na altura de dedicar-me ao primeiro álbum, No Burden (2016), e, como já calculava, apaixonei-me à primeira música, I don't Wanna Be Funny Anymore. Avisei imediatamente a pessoa responsável por encomendar discos lá em casa para acrescentar este à wishlist.
 
Por ter gostado tanto da música de Lucy Dacus, fui pesquisar um pouco sobre a sua vida. Descobri que esteve no Vodafone Paredes de Coura do ano passado e que, por essa ocasião, foi entrevistada pela Blitz, havendo também um artigo muito interessante sobre a cantora e compositora, publicado em Abril do mesmo ano. Lucy nasceu em Maio de 1995, foi criada numa zona rural do estado da Virginia, e "gravou No Burden em meras 20 horas, como projeto de escola do seu guitarrista, Jacob Blizard". I Don’t Wanna Be Funny Anymore, a par de outras músicas do seu primeiro álbum, chamou a atenção de várias editoras, nomeadamente, da Matador, uma das editoras indie mais conceituadas (que acabou por ser a escolhida de Lucy Dacus). Relativamente à entrevista que deu, gostava muito de partilhar convosco um excerto que me fez adorar ainda mais Lucy Dacus. 
 
É uma grande leitora?
Sim, leio muito. O facto de viajar muito de carrinha faz com que tenha muitas horas livres para ler, o que é espetacular. E toda a gente na minha banda adora ler, então vamos lendo os mesmos livros. Temos uma biblioteca rotativa na carrinha. Neste momento temos uns 30 e tal livros a bordo, o que é bastante. Isso faz-me feliz.
 
Qual o último livro que adorou ler?
“Her Body and Other Parties”, um livro de contos de Carmen Maria Machado. É muito surreal e muito estranho, mas muito bonito, por vezes negro… não quero revelar demasiado, mas recomendo a sua leitura. A autora vive em Filadélfia, não tenho a certeza de onde é originária. [Carmen Maria Machado tem ascendência cubana]
 
Portanto, a Lucy canta, toca e compõe maravilhosamente bem, lê muito, tem uma biblioteca rotativa na carrinha da banda e recomenda a leitura de O Corpo Dela e Outras Partes, de Carmen Maria Machado (que ainda não li, mas que ando a namorar há muito). Como resistir-lhe? 
 
Se ainda não estão convencidos, vou dar uma de chata e deixar-vos os links directos para os seus dois álbuns, no Spotify, e para algumas músicas, no YouTube. Mas é para ouvir, ok? A Lucy Dacus merece que a ouçam e eu mereço que me dêem ouvidos.
 
Álbuns
No Burden (2016)
Historian (2018)
 
Músicas
Strange Torpedo (No Burden
Addictions (Historian)
Timefighter (Historian)
 
28
Dez18

[DISCOS] | TOP 10 + 2

 
À semelhança do ano passado, deixo-vos o meu TOP 10 de álbuns de bandas parcial ou integralmente femininas, lançados em 2018, e um bónus de dois álbuns de 2017, que apenas ouvi com mais atenção/descobri este ano. 
 
Mitski, Courtney Barnett, Florence + The Machine e Hinds, já acompanhava há algum tempo, as restantes bandas são novas descobertas. Grande parte das descobertas musicais que fiz, aconteceram perto do final do ano, quando começaram a ser publicadas as listas de melhores álbuns do ano. Foi assim que Lucy Dacus e Our Girl tiveram entrada directa para o TOP 5 e que Anna Burch e Snail Mail chegaram ao TOP 10, há poucas semanas.
 
Deste TOP 10 de álbuns, nove deles já fazem parte da minha pequena colecção de vinis e o que está em falta está prestes a ser encomendado. Confesso que fico com um sorriso parvo na cara quando olho para esta lista e constato que, durante este ano, ouvi e descobri bandas com imensa qualidade e que há tantas mulheres a dar cartas no mundo da música. Mulheres que fazem tournées mundiais, que esgotam concertos, que são reconhecidas nas listas de melhores discos do ano, em lugares de destaque e não no final, e cujos álbuns têm, tantas vezes, edições limitadas em vinil (que desaparecem a uma velocidade vertiginosa)
 
Os posts sobre música nunca tiveram tanta receptividade aqui no blog como os de livros, até porque o meu talento para escrever sobre música é praticamente nulo e tenho um gosto muito pouco comercial (pelo que se torna difícil encontrar afinidades musicais por aqui e, consequentemente, há menos comentários e interesse desse lado e mais desmotivação para escrever deste), mas a verdade é que gosto de partilhar o que ando a ouvir e os vinis que compro e queria fazê-lo com maior regularidade por aqui, mesmo que haja apenas uma pessoa desse lado a interessar-se minimamente em saber o que ouço, em dar uma oportunidade a novas bandas ou a novos géneros musicais. Em 2019 espero mudar isso. 
 
Agora sim, os meus dez álbuns favoritos de 2018 e respectivas fotos dos que já fazem parte da colecção cá de casa.
 
TOP 10 de 2018
 
1. Be the Cowboy - Mitski
Quinto álbum de estudo de Mitski Miyawaki, filha de pai americano e mãe japonesa. Be the Cowboy foi muito bem recebido pela crítica e surge em diversas listas de melhores álbuns do ano. Comecei a acompanhar Mitski na altura em que lançou Puberty 2 (2016), um dos meus preferidos nesse ano e que, sinceramente, me parecia inultrapassável, mas este novo álbum é ainda mais poderoso e consistente, mais maduro. (ouvir)
 

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2. Tell Me How You Really Feel - Courtney Barnett 
O segundo álbum a solo da australiana Courtney Barnett, foi considerado o melhor álbum de rock pela Australian Recording Industry Association Music Awards. Apesar da crítica não ser tão consensual como no primeiro álbum (Sometimes I Sit and Think, and Sometimes I Just Sit, 2015), este é o meu preferido, e consta também na maioria das listas de melhores discos do ano. (ouvir)
 

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3. Historian - Lucy Dacus
Comecei a ouvir o segundo álbum da americana Lucy Dacus pouco antes do Natal, mas tal foi suficiente para que Historian tivesse entrada directa para os favoritos do ano. Se já estivesse a ouvi-lo desde Março (quando foi lançado) seria certamente um sério candidato ao primeiro lugar deste top. Ma-ra-vi-lho-so. (ouvir)
 

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4. Stranger Today - Our Girl
Álbum de estreia da banda britânica Our Girl, que descobri apenas em Dezembro, e que (à semelhança do anterior) me conquistou imediatamente. Fiquei maluca quando descobri que Soph Nathann faz parte desta banda (juntamente com Lauren Wilson e Josh Tyler), já que esta também pertence à banda The Big Moon, cujo Love In The 4th Dimension foi o meu álbum preferido de 2017. (ouvir)
 

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5. High As Hope - Florence + The Machine
Este era outro dos álbuns que já sabia que seria lançado em 2018 e que aguardava com muita expectativa. Sempre tive um fascínio pela música da banda liderada pela britânica Florence Welch e o quarto álbum, High As Hope, não foi excepção. (ouvir)
 

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6. I Don't Run - Hinds
Banda queridinha do coração. Este quarteto espanhol composto por Carlotta Cosials, Ana Perrote, Ade Martin e Amber Grimbergen, dificilmente me vai desiludir. Depois de Leave Me Alone, o segundo álbum I Don't Run confere a esta banda maior solidez (se dúvidas ainda existissem), algo que se reflete muito na postura e confiança de todas. Actualmente, são um exemplo para imensas miúdas que querem formar a sua própria banda. Tive a sorte de vê-las pela primeira vez ao vivo, no Music Box em Novembro, e foi uma das melhores coisas da vida, estive mesmo perto do palco e ainda consegui fazer parte de um abracinho à Ana Perrote, que desceu do palco para cantar connosco. (ouvir)
 

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7. Quit the Curse - Anna Burch
Quando ouvi Quit the Curse pela primeira vez, apaixonei-me logo pela música In Your Dreams. Daí até a cantarolar todas as músicas do álbum foi um instante, já que passei praticamente um dia inteiro a ouvi-lo. Quit the Curse é o álbum de estreia da americana Anna Burch e, para minha sorte, descobri-o numa pequena lista de álbuns indie de 2018. (ouvir)
 

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8. Hunter - Anna Calvi 
O primeiro álbum da britânica Anna Calvi foi lançado em 2011, o segundo em 2013, mas, só em 2018, após um hiato de 5 anos, surgiu o terceiro, Hunter. Descobri-o através da Vodafone FM, pouco tempo antes de Anna Calvi ter actuado em Portugal (arrependo-me tanto de não ter ido) e foi amor imediato. (ouvir)
 

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9. I Need to Start a Garden - Haley Heynderickx 
Ouvi o álbum de estreia da americana (com raízes nas Filipinas) Haley Heynderickx graças à recomendação de uma das minhas contas de instagram preferidas @avinyldiary (que pertence à Lisa, de Berlim, que tem um gosto musical muito próximo do meu e que publica fotos maravilhosas). I Need to Start a Garden transmite uma sensação de conforto e tranquilidade devido ao seu registo mais acústico e o uso que Haley faz da técnica fingerpicking torna tudo mais íntimo e especial. (ouvir)
 

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10. Lush - Snail Mail
Snail Mail é o projecto a solo da americana Lindsey Jordan e Lush o seu primeiro álbum. A voz de Lindsey e o ritmo deste álbum são perfeitas para aquelas tardes de domingo de preguiça no sofá, com chá, mantas e livros. As críticas a este álbum apontam que Lindsey terá um futuro auspicioso pela frente, assim como o facto de Lush estar incluído entre os melhores álbuns indie de 2018. (ouvir)
 
(2017)
 
Belladonna of Sadness - Alexandra Savior
Ainda estou para compreender como é que o álbum de estreia da americana Alexandra Savior me passou ao lado, em 2017. Para além de ter sido produzido por James Ford e Alex Turner, Alexandra Savior escreveu, juntamente com Turner, a minha música favorita do último álbum dos The Last Shadow Puppets (Everything You've Come to Expect, 2016), Miracle Aligner, algo que não devia ter-me escapado, sendo eu fã do Alex Turner em geral e dos The Last Shadow Puppets em particular. A influência destes produtores é notória, mas Belladonna of Sadness é fantástico por si só e, como não podia deixar de ser, já faz parte da colecção de vinis cá de casa. (ouvir)
 

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Hiss Spun - Chelsea Wolfe
Hiss Spun, da americana Chelsea Wolfe, é o álbum com o registo musical que mais se destaca nesta lista. É metal (uma mistura de doom metal e experimental metal), quando tudo o resto é indie. Já o tinha ouvido em 2017, por existência de quem houve metal lá em casa, especialmente porque no ano passado tinha ficado fã de Myrkur (banda de black metal da dinamarquesa Amalie Brunn), mas na altura não funcionou lá muito bem comigo. Este ano, ouvi por acaso a música 16 Psyche e deu-se um clique. Gostei tanto, que comecei a ouvir mais e mais. Apesar de ser metal, é uma coisa assim mais levezinha e musicalmente melhor aceite pelos meus ouvidos do que o metal mais pesado. Mais uma prova de que não há fronteiras musicais inquebráveis. É o único vinil desta lista que não é meu, mas é como se fosse. (ouvir)

 

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15
Dez17

[DISCOS] | TOP 10 + 2

Os Top 10 de álbuns do ano são uma tradição de Dezembro à qual é difícil fugir se formos amantes de música e estivermos a par das novidades. É uma excelente forma de se fazer um resumo do ano e um exercício muito útil para percebermos se andamos agarrados às mesmas músicas de sempre ou se continuamos a descobrir novos álbuns e novas bandas.

 

Este ano dei especial atenção à presença feminina nas bandas e fui agradavelmente surpreendida. Conheci novas bandas que entraram directamente para os favoritos de sempre, com álbuns recheados de músicas fantásticas, que se podem ouvir do início ao fim sem saltar faixas, álbuns que não se resumem a um único single. Álbuns com mensagens importantes, álbuns de estreia, álbuns de consolidação, álbuns revolucionários. Para além das descobertas, também tive a oportunidade de ouvir os novos álbuns de bandas que já acompanhava e foi tão bom regressar.

 

É verdade que sou particularmente tendenciosa com o género de música que ouço, não faço grandes desvios, sou conservadora dentro do alternativo, sem dramas, sem preconceitos. Descobri o meu género de eleição e não tenho a disponibilidade necessária (nem a paciência, confesso) para fazer esforços para gostar de outras coisas, gosto do conforto, mas vou descobrindo bandas e álbuns novos dentro do que são os meus gostos. Quando me apaixono por uma banda de um género ao qual não estou habituada, faço-o repentinamente, gosto e pronto.

 

Também acontece não gostar logo na primeira vez que ouço, esqueço, volto a ouvir num acaso e faz-se o clique, adoro, vou a correr ouvir o álbum todo, álbum preferido da vida. Faz parte de mim, já não sei viver de outra maneira. Foi o caso de Myrkur, projecto musical de black metal da dinamarquesa Amalie Bruun, sobre a qual tenho de vos falar com urgência.

 

O ano de 2017 foi excepcionalmente rico na música que ouvi e nas aquisições que fiz. Quase todos os álbuns pelos quais me apaixonei (e que estão todos neste Top 10, nenhum ficou de fora), estão em casa, em vinil, alguns em edições de perder a cabeça, outros em edições clássicas (que vos hei-de mostrar em breve, tenho andado em falta neste campo, bem sei). Na verdade, o único que não tenho é porque não existe em vinil (Mallu, trata lá disso).

 

Ficam então os 10 melhores álbuns de 2017 de bandas parcial ou integralmente femininas, de acordo com os meus gostos pessoais. A ordem é praticamente aleatória já que é díficil estabelecer diferenças e posições entre eles, todos têm um lugar especial no meu coração.

 

1. The Big Moon - Love In Ihe 4th Dimension
2. Myrkur - Mareridt
3. Marika Hackman - I'm Not Your Man
4. Wolf Alice - Visions Of A Life
5. Cherry Glazer - Apocalipstick
6. St. Vincent - Masseduction
7. Alvvays - Antisocialites
8. Pega Monstro - Casa de Cima
9. Mallu Magalhães - Vem
10. Angel Olsen - Phases

 

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Deixo também dois álbuns espectaculares de 2016 que apenas descobri este ano.

 

Weyes Blood - Front Row Seat To Earth
Myrkur - Mausoleum

 

Quais foram as vossas descobertas musicais em 2017?

 

09
Out17

[DISCOS] | Burn Your Fire For No Witness

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Com um dos melhores títulos de sempre, Burn Your Fire For No Witness (2014), de Angel Olsen, ganhou lugar cativo no meu coração para toda a eternidade, arrisco-me a dizer.

 

Este é o segundo álbum de Angel Olsen e foi pelo burburinho que se gerou em torno do mesmo, por altura do seu lançamento, que fiquei a conhecer e a adorar esta cantora. Ouvi este disco tantas vezes que lhe decorei as músicas e a sequência, já que o devorava de uma ponta à outra. Três anos passados, esta edição simples e muito bonita faz, finalmente, parte da minha colecção, faltando-me apenas vê-la ao vivo.

 

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Não há músicas menos boas neste disco e, em cada uma delas, sentimos vontade de cantar em conjunto com Angel Olsen, a uma só voz, de peito aberto e coração livre, com a mesma força que nos é transmitida a cada música. Um dos melhores discos de sempre.

 

As minhas preferidas fazem quase todas parte da primeira metade do disco, a mais intensa e que mexe mais comigo: Unfucktheworld, Forgiven/Forgotten, Hi-five e High & Wild. A segunda metade é mais calma mas igualmente espectacular, destaco: Stars, IotaWindows.

 

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Podem ver no instagram (@morewomenplease) algumas das minhas letras preferidas deste álbum, bem como dos que já falei ou irei falar por aqui.

 

WOOK - www.wook.pt