[MÚSICA] | Amalie Bruun
It seems to be a very witch-hunt kind of thing when women try to do something. They don’t want you in there, you know, playing with their toys.
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It seems to be a very witch-hunt kind of thing when women try to do something. They don’t want you in there, you know, playing with their toys.
É uma grande leitora?Sim, leio muito. O facto de viajar muito de carrinha faz com que tenha muitas horas livres para ler, o que é espetacular. E toda a gente na minha banda adora ler, então vamos lendo os mesmos livros. Temos uma biblioteca rotativa na carrinha. Neste momento temos uns 30 e tal livros a bordo, o que é bastante. Isso faz-me feliz.Qual o último livro que adorou ler?“Her Body and Other Parties”, um livro de contos de Carmen Maria Machado. É muito surreal e muito estranho, mas muito bonito, por vezes negro… não quero revelar demasiado, mas recomendo a sua leitura. A autora vive em Filadélfia, não tenho a certeza de onde é originária. [Carmen Maria Machado tem ascendência cubana]
Os Top 10 de álbuns do ano são uma tradição de Dezembro à qual é difícil fugir se formos amantes de música e estivermos a par das novidades. É uma excelente forma de se fazer um resumo do ano e um exercício muito útil para percebermos se andamos agarrados às mesmas músicas de sempre ou se continuamos a descobrir novos álbuns e novas bandas.
Este ano dei especial atenção à presença feminina nas bandas e fui agradavelmente surpreendida. Conheci novas bandas que entraram directamente para os favoritos de sempre, com álbuns recheados de músicas fantásticas, que se podem ouvir do início ao fim sem saltar faixas, álbuns que não se resumem a um único single. Álbuns com mensagens importantes, álbuns de estreia, álbuns de consolidação, álbuns revolucionários. Para além das descobertas, também tive a oportunidade de ouvir os novos álbuns de bandas que já acompanhava e foi tão bom regressar.
É verdade que sou particularmente tendenciosa com o género de música que ouço, não faço grandes desvios, sou conservadora dentro do alternativo, sem dramas, sem preconceitos. Descobri o meu género de eleição e não tenho a disponibilidade necessária (nem a paciência, confesso) para fazer esforços para gostar de outras coisas, gosto do conforto, mas vou descobrindo bandas e álbuns novos dentro do que são os meus gostos. Quando me apaixono por uma banda de um género ao qual não estou habituada, faço-o repentinamente, gosto e pronto.
Também acontece não gostar logo na primeira vez que ouço, esqueço, volto a ouvir num acaso e faz-se o clique, adoro, vou a correr ouvir o álbum todo, álbum preferido da vida. Faz parte de mim, já não sei viver de outra maneira. Foi o caso de Myrkur, projecto musical de black metal da dinamarquesa Amalie Bruun, sobre a qual tenho de vos falar com urgência.
O ano de 2017 foi excepcionalmente rico na música que ouvi e nas aquisições que fiz. Quase todos os álbuns pelos quais me apaixonei (e que estão todos neste Top 10, nenhum ficou de fora), estão em casa, em vinil, alguns em edições de perder a cabeça, outros em edições clássicas (que vos hei-de mostrar em breve, tenho andado em falta neste campo, bem sei). Na verdade, o único que não tenho é porque não existe em vinil (Mallu, trata lá disso).
Ficam então os 10 melhores álbuns de 2017 de bandas parcial ou integralmente femininas, de acordo com os meus gostos pessoais. A ordem é praticamente aleatória já que é díficil estabelecer diferenças e posições entre eles, todos têm um lugar especial no meu coração.
1. The Big Moon - Love In Ihe 4th Dimension
2. Myrkur - Mareridt
3. Marika Hackman - I'm Not Your Man
4. Wolf Alice - Visions Of A Life
5. Cherry Glazer - Apocalipstick
6. St. Vincent - Masseduction
7. Alvvays - Antisocialites
8. Pega Monstro - Casa de Cima
9. Mallu Magalhães - Vem
10. Angel Olsen - Phases
Deixo também dois álbuns espectaculares de 2016 que apenas descobri este ano.
Weyes Blood - Front Row Seat To Earth
Myrkur - Mausoleum
Quais foram as vossas descobertas musicais em 2017?
Com um dos melhores títulos de sempre, Burn Your Fire For No Witness (2014), de Angel Olsen, ganhou lugar cativo no meu coração para toda a eternidade, arrisco-me a dizer.
Este é o segundo álbum de Angel Olsen e foi pelo burburinho que se gerou em torno do mesmo, por altura do seu lançamento, que fiquei a conhecer e a adorar esta cantora. Ouvi este disco tantas vezes que lhe decorei as músicas e a sequência, já que o devorava de uma ponta à outra. Três anos passados, esta edição simples e muito bonita faz, finalmente, parte da minha colecção, faltando-me apenas vê-la ao vivo.
Não há músicas menos boas neste disco e, em cada uma delas, sentimos vontade de cantar em conjunto com Angel Olsen, a uma só voz, de peito aberto e coração livre, com a mesma força que nos é transmitida a cada música. Um dos melhores discos de sempre.
As minhas preferidas fazem quase todas parte da primeira metade do disco, a mais intensa e que mexe mais comigo: Unfucktheworld, Forgiven/Forgotten, Hi-five e High & Wild. A segunda metade é mais calma mas igualmente espectacular, destaco: Stars, Iota e Windows.
Podem ver no instagram (@morewomenplease) algumas das minhas letras preferidas deste álbum, bem como dos que já falei ou irei falar por aqui.
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