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25
Out18

[LIVROS] | O Interior Profundo

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Na minha ida à exposição Frida Kahlo - as suas fotografias, no Porto, passei pela Livraria Confraria Vermelha para trazer comigo um caderno que já tinha debaixo de olho há algum tempo, da própria Frida (mais tarde irei fazer um post sobre o tema). Entre conversas de livros e blogs, foi-me cedido um exemplar d'O Interior Profundo, o primeiro livro editado pela Confraria Vermelha. Em dois dias, O Interior Profundo viajou comigo até ao Algarve para umas férias recheadas de leituras. Entre mergulhos no mar e na piscina, fui descobrindo o primeiro livro publicado por Diana Fontão, que é organizadora do Clube de Leitura As Leitoras de Pandora (do qual só não faço parte porque os encontros são, precisamente, na Confraria Vermelha, mas que vou seguindo através das redes sociais, cheia de pena de não poder participar) e que tem também um blog. O título deste livro é um espelho do seu conteúdo: íntimo.
 
Se tivesse de classificar a escrita deste livro, diria que se trata de um monólogo interior, com pequenos apontamentos de fluxo de consciência. Talvez por se encontrar escrito desta forma, num discurso ininterrupto sem um narrador externo que nos guie pelos pensamentos do narrador do monólogo, foi complexo conseguir acompanhar tudo. Apesar da dificuldade que senti em perceber o significado de certas partes, houve momentos em que tudo fez sentido e em que reconheci a mesma dor, o mesmo desespero e a mesma derrota. A solidão, a separação e o desespero descritos ao longo destas páginas envolvem-nos numa espiral de dor e medo, num desejo incessante de busca por um caminho, à qual é impossível ficar indiferente.
 
Se eu pudesse manter o meu florescimento perpétuo. Mas cada respiração é a última; em contagem decrescente. A vida inteira a respirar em contagem decrescente. Até à última; perpétua. E eu tenho tanto medo do que vem aí; eu tenho tanto medo deste círculo.
 
À medida que ia lendo este livro, o desejo de pegar num lápis e escrever intensificou-se mais e mais. Talvez por ser tão visceral e pessoal, e pela sua escrita poética, fiquei realmente com uma vontade enorme que as palavras me nascessem das pontas dos dedos, de preencher uma linha, e mais outra. Ainda não me decidi a fazê-lo, mas o bichinho está cá. Parabéns à Diana pela sua estreia literária e obrigada por me ter deixado cheia de vontade de fazer o mesmo.
 
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