Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Mais Mulheres Por Favor

dia-da-mulher-billboard
08
Mar19

[DIA INTERNACIONAL DA MULHER] | Um documentário e duas contas de instagram

 

No Dia Internacional da Mulher, deixo-vos três recomendações. Um documentário que vi recentemente e adorei, e duas das minhas contas preferidas de Instagram.

 

IMG-6525.JPG

 

Period. End of Sentence.
Documentário disponível na Netflix, vencedor do Óscar de Melhor Curta-Metragem Documental. É muito mais do que um simples documentário sobre menstruação, retrata a realidade das mulheres na Índia, país onde a menstruação é, muitas vezes, sinónimo de abdicar da educação ou do trabalho. Para além de um grande tabu, é fonte de diversos mitos e desconforto nestas mulheres, já que as alternativas aos pensos higiénicos são muito limitativas e pouco higiénicas, algo que um máquina que produz pensos higiénicos acessíveis e biodegradáveis está a revolucionar.

 

2869C1B6-0128-44BC-84F5-55076E75FE29.jpg

 

@thesweetfeminist
Becca Rea-Holloway é uma feminista norte-americana que faz bolos (e bolachas) cobertos com cremes coloridos e frases como "abortion isn't a bad word" ou "powerful women are not hysterical”. Impossível não amar.

 

253D16BB-85B2-41C0-BECB-003E16F53A2D.jpg

 

@clara.nao
Clara Silva é uma das minhas ilustradoras portuguesas preferidas pela simplicidade do seu trabalho, mas sobretudo pela relevância das questões que coloca através deste. É uma reinvicadora da igualdade que faz grande uso da ironia (o nome artístico "Clara Não" não é coincidência). Para além de prints, também faz colagens, desenhos com tinta da china e bordados.

 

06
Fev19

[DOCUMENTÁRIOS] Quatro documentários para ver na Netflix

 
Nem todos os documentários desta lista são realizados por mulheres, contudo, todos têm um denominador comum, são sobre mulheres. De modo a fortalecer este projecto, tenho dado especial atenção aos documentários sobre mulheres que estão disponíveis na Netflix e tenho ficado muito surpreendida com os que vi até agora, não só a nível da sua qualidade, mas sobretudo por tudo o que tenho descoberto. Por este motivo, gostava de os ir partilhando por aqui, porque acredito que, grande parte deles, passem ao lado da maioria das pessoas e merecem realmente a pena ser vistos.
 

74bee0ecc47bb8889e4aee17e7da50495a5d4a82.jpg

 

Maya Angelou: And Still I Rise
É impossível ficar indiferente ao carisma desta poetisa e ativista dos direitos civis, à sua energia contagiante e à sua história de vida. Era uma das figuras do século XX que queria muito conhecer e foi maravilhoso fazê-lo através das suas próprias palavras e dos testemunhos de quem privou com ela. Já queria ler Sei Porque Canta o Passáro na Gaiola há bastante tempo, mas, depois deste documentário, subiu imediatamente na lista de prioridades literárias, devo lê-lo já em Março.
 

5a0e2d8201937.image.jpg

 

Joan Didion: The Center Will Not Hold
O documentário que mais me emocionou de tão próxima que me fez sentir de Joan Didion. Dois aspectos conferem-lhe um tom ainda mais intimista do que é habitual neste género de documentários biográficos, primeiro, Joan Didion ainda está viva e fala abertamente sobre a sua vida e obra, segundo, é realizado pelo sobrinho. Talvez por isto me tenha sentido mais ligada emocionalmente à escritora e jornalista, que teve uma vida fascinante e que se tornou um ícone da literatura. A morte do marido e da filha com poucos meses de diferença quebraram-me por completo o coração e acabei por ir a correr comprar O Ano do Pensamento Mágico, livro autobiográfico centrado no luto pelo marido.
 

MV5BMTA0NzczNTAzNDdeQTJeQWpwZ15BbWU4MDk0NDc1MjUz._

 

Mercury 13
Quero crer que não era a única pessoa do planeta que desconhecia por completo que um grupo de mulheres ligadas à aviação foi sujeito a uma extensiva e rigorosa bateria de testes no âmbito do programa espacial. O responsável pela definição dos testes aos futuros homens astronautas, teve curiosidade de replicá-los em mulheres com o intuito de saber como estas se sairiam. Fê-lo em segredo absoluto e qual não foi o seu espanto quando se apercebeu que estas apresentavam melhores resultados que os homens. Como é possível calcular, quando foi descoberto, o projecto foi imediatamente cancelado e estas mulheres viram-se impedidas de participar na corrida ao programa espacial americano, quando tinham todo o direito e qualificação para o fazer. Este documentário tem uma fotografia magnifica e é deveras emocionante devido à presença de várias das mulheres que fizeram parte do Mercury 13. Mais uma daquelas histórias inspiradoras que nos motiva a nunca desistirmos dos nossos sonhos. Apesar de tudo, cerca de duas décadas depois, foi colocada no espaço a primeira mulher americana, quebrando-se finalmente as barreiras de género na NASA.
 

MV5BZmY0ODI4NDgtNDE4Ni00ZTAzLTkwMzQtYmEwYjMxMWJhNT

 

What Happened, Miss Simone?
Documentário sobre a lendária cantora e ativista Nina Simone que foi nomeado, em 2016, para o Óscar de Melhor Documentário e cujo título foi retirado de uma citação de Maya Angelou. É provavelmente a figura mais controversa destes quatro documentários, por toda a sua história de vida e pela posição que assumiu na defesa dos direitos civis. Ainda assim, tantos foram os momentos em que me enterneceu e inspirou. Creio que este documentário tem um papel importante na melhor compreensão da pessoa que estava por detrás desta figura icónica, dos motivos pelos quais certas coisas aconteceram. Apaixonei-me pela música Ain't Got No - I Got Life, que reflete tão bem a época em que foi lançada (1968), e, em simultâneo, transmite uma mensagem de esperança maravilhosa, ponham-na a tocar e leiam a sua letra.
 
I ain't got no home, ain't got no shoes
Ain't got no money, ain't got no class
Ain't got no skirts, ain't got no sweater
Ain't got no perfume, ain't got no bed
Ain't got no man
 
Ain't got no mother, ain't got no culture
Ain't got no friends, ain't got no schoolin'
Ain't got no love, ain't got no name
Ain't got no ticket, ain't got no token
Ain't got no god
 
Hey, what have I got?
Why am I alive, anyway?
Yeah, what have I got
Nobody can take away?
 
Got my hair, got my head
Got my brains, got my ears
Got my eyes, got my nose
Got my mouth, I got my smile
I got my tongue, got my chin
Got my neck, got my boobies
Got my heart, got my soul
Got my back, I got my sex
 
I got my arms, got my hands
Got my fingers, got my legs
Got my feet, got my toes
Got my liver, got my blood
 
I've got life, I've got my freedom
I've got life
I've got the life
And I'm going to keep it
I've got the life
 
05
Jan18

[DOCUMENTÁRIOS] | She's Beautiful When She's Angry

shes-beautiful-when-angry-2.jpg

 

She's Beautiful When She's Angry é um documentário de 2014, realizado por Mary Dore, sobre o nascimento e o percurso do movimento feminista nos Estados Unidos, nas décadas de 60 e 70, e conta com os testemunhos das mulheres impulsionadoras do movimento na época.

 

Várias foram as lutas destas mulheres incríveis. Algumas foram ganhas na altura, outras ainda estão a ser batalhadas na actualidade. Vê-las em fotos e vídeos da época e actualmente, reflectir sobre o que fizeram e as dificuldades que enfrentaram ao longo de vários anos, quer face aos outros, quer entre si próprias, é absolutamente maravilhoso e inspirador.

 

Apesar de ter uma certa noção do que havia sido o início do movimento feminista e das suas motivações, estava longe de imaginar todo o contexto deste movimento, os nomes envolvidos, os livros, as marchas, os discursos, a coragem, o sentido de humor. A união. Provavelmente já irei com algum atraso, dado que o documentário faz 4 anos este ano, mas: não deixem de o ver.

 

12
Out17

[EVENTOS] | DOCLISBOA'17

O Festival Internacional de Cinema Doclisboa deste ano decorre entre os dias 19 e 29 de Outubro em diversos espaços como a Culturgest, o Cinema São Jorge, o Cinema Ideal, e conta com 231 filmes, de 44 países. Esta é a 15ª edição do festival dedicado ao documentário com uma missão fantástica que podemos encontrar no site.

O Doclisboa pretende questionar o presente do cinema, em diálogo com o seu passado e assumindo o cinema como um modo de liberdade. Recusando a categorização da prática fílmica, procuram-se as novas problemáticas presentes na imagem cinematográfica, nas suas múltiplas formas de implicação no contemporâneo. O Doclisboa tenta ser um lugar de imaginação da realidade através de novos modos de percepção, reflexão, novas formas possíveis de acção.

 

Um dos documentários que me chamou a atenção, e que conto assistir, foi Quem é Bárbara Virgínia? da realizadora Luísa Sequeira. Bárbara Virgínia é o nome artístico de Maria de Lourdes Dias Costa, cineasta, actriz e locutora de rádio, nascida em Lisboa, a 15 de Novembro de 1923, e que foi a primeira mulher em Portugal a realizar um filme, na década de 40.

 

barbaravirginia.jpg

 

Bárbara Virgínia tinha apenas 22 anos quando, em Agosto de 1946, o seu filme Três dias sem Deus se estreou nas salas de cinema portuguesas. Como se isto não fosse suficientemente espectacular, Três dias sem Deus foi o primeiro filme português a ser nomeado para o Festival Internacional de Cinema de Cannes (a par de Camões, de Leitão de Barros), precisamente na primeira edição deste festival, que ocorreu entre Setembro e Outubro de 1946.

 

Quem é Bárbara Virgínia? passa nos dias 25 de Outubro (18.45) no Cinema São Jorge e 29 de Outubro (14.00) na Culturgest, em conjunto com Três Dias sem DeusAldeia dos Rapazes, sobre uma instituição de acolhimento infantil. Bilhetes aqui (4€).

 

WOOK - www.wook.pt